Hoje encontrei esta imagem nos meus stumbles. Achei-lhe piada. Tétrica? Um pouco. Mas a piada reside exactamente aí: na exposição crua de uma verdade inegável - ou nasces com sorte, ou estás feito ao bife.

Analisemos ao pormenor.

"Those Born Into Privilege" - Papás ricos, boas famílias. Das três uma: ou recebem uma grande herança e não mexem um dedo até que a consigam estoirar toda, ou arranjam um emprego na empresa da família e fingem que mexem o mindinho até arruinarem o negócio ou então os papás puxam uns cordelinhos por eles e ficam a mexer o indicador para dar ordens as dezenas de pessoas mais qualificadas às quais o tachito lhes permitiu passar à frente (pessoalmente, para estes, mexia-lhes o dedo do meio).

"The Beautiful" - Uma carinha laroca sempre ajudou a fazer amigos. Umas pernas bem torneadas sempre chamaram a atenção. Um peito generoso sempre ajudou a ganhar uma indemnização (também generosa) por assédio sexual.
De qualquer forma, acaba por ser meio caminho andado para uma vida de futilidade. Ou não. 

"The Ruthless" - Bom para o sucesso? Sim. Bom para ganhar dinheiro? Claro! Bom para chegar a posições de poder? Yep. Mas a não ser que seja associado a uma boa dose de dissimulação, é o caminho certo para criar uma legião de inimigos que mais tarde acabam com a brincadeira.

"The Charismatic" - O poder da comunicação, o poder de transmitir a sensação de confiança perante os outros... Grande mais valia. Saber convencer os outros de que nós estamos certos é essencial para chegar a algum lado. O problema com estes é que ser carismático implica, na maior parte das vezes, ser manipulativo.

"The Courageous" - "Quem não arrisca, não petisca" Completamente verdade. Mas há uma fina linha entre coragem e estupidez - a corda pode não aguentar o peso e lá se cai no poço. Ou então aguenta só por um bocado. Ou então aguenta até passares e ficas-te a rir do outro lado. Boa sorte ;)

"The Gifted" - Ah, a pequena fracção que possui verdadeiramente um dom para algo. Os verdadeiramente brilhantes. Seja uma inteligência fora do comum, um ouvido musical, um corpo ritmado, uns pés de ouro, o que quer que seja. Desde que a sociedade reconheça esse dom, reconheça o mérito, you're golden.

"Everyone else" - Nós. Os que para conseguir alguma coisa da vida, temos de andar às voltas quantas vezes for preciso, trabalhar. Até desistirmos. Ou até morrermos. Oh fuck :c
 
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Finalmente, dia 9 recebi as minhas notas dos exames. Não foram más, não foram boas. 

E por isso aproveito para, antes de dar início ao post propriamente dito, destilar um bocado de ódio ao paspalho do Nuno Crato.
 Esta pessoa, ou melhor, ministro; em vez de fazer mudanças relevantes (não esta pseudo-reforma cujo único objectivo é a contenção de custos) na estrutura desta vergonha (diz que se chama sistema educativo) para melhorar a sua qualidade e deixar os alunos preparados para a vida futura; tem a excelente ideia de lixar o pessoal atirando-nos, de surpresa, exames muito mais difíceis do que para os que fomos preparados. Exigir, do súbito, a quem nunca habituaram à menor exigência foi... incorrecto. Digamos até, uma facada nas costas de quem anda a lutar por médias. Como se isto não bastasse, tira-nos, completamente à traição (mudando as regras a meio do jogo para o pessoal de 12º que deixou exames de 11º para fazer melhoria este ano), a possibilidade de ir à segunda fase subir notas. Ou seja: não só nos lixa como também não nos deixa ripostar.

Isto dito, as notas que tirei felizmente permitem-me ir para o que inicialmente queria: Medicina em Coimbra. Como tal, fui com a Inês ver de quartos.

"Quartos? Em Coimbra? Há aos pontapés, FÁCIL!" - Dizem voces.
Quartos? - Sim, há aos pontapés. Quartos BONS a preços razoáveis? - Boa sorte com isso, ma friend...

De facto, encontrar quarto em Coimbra é uma odisseia e pêras. Atrevo-me até a dizer que se Camões tivesse tentado arrendar um, teríamos, em vez de "Os Lusíadas", uma epopeia épica intitulada "Os Chulíadas" - um retrato revoltante de como velhas chicas-espertas chulam indecentemente os pobres estudantes. 

Desde casas com mais de 100 anos, casas com uma casa de banho para 7 meninas, quartos a tresandar a mofo e com bolor nas paredes, até senhorias intrometidas que acordam as residentes do nada, e (ao estilo de uma rusga) as obrigam a mostrar-nos o seu quarto sem aviso prévio... 

O princípio é "máximo lucro, mínimo trabalho". Pedem balúrdios por quartos em casas com condições lastimáveis e nem as despesas (água, luz, gás e internet) se dignam a incluir. A situação piora com a proximidade aos pólos universitários.

Ou seja, das três uma:

- Vivem num bom quarto, perto da universidade, e pagam uma fortuna por isso.
- Vivem num quarto velho e degradado, perto da universidade, e continuam a pagar uma fortuna, ainda que ligeiramente menos escandalosa, por isso.
- Vivem num bom quarto, longe da universidade, ainda assim pagam forte e feio, e sujeitam-se aos autocarros.

Pessoalmente, inclino-me para a última opção - o andar a pé e os transportes públicos assustam-me muito menos do que 200 e muitos euros de renda. Ou do que ir para a universidade com aranhas no cabelo.

Depois de algumas 10 visitas, eu e a Inês já temos em mira dois quartinhos. Um pouco longe da universidade, mas com boas condições e uma renda aceitável. E um senhorio porreiro. A quem se quer candidatar a Coimbra recomendo começar a busca o quanto antes. E ... Boa sorte com isso, ma friend.

 
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Sabem que mais? São as pequenas coisas da vida que a fazem realmente boa.

Tenho vindo a constatar que isto é de facto verdade e não uma patranhada que "a gente grande" (muitas vezes mais minúsculos que uma cabeça de alfinete) atira para o ar, como até aqui achava que era.

Eu, pessoalmente, não posso ser considerada uma pessoa alegre. Não sou, não é o meu jeito de ser. É raro rir espontâneamente ou sorrir sem razão. Tenho os meus maus humores frequentemente.
Não se coaduna com a minha racionalidade (por vezes excessiva) ser despreocupadamente contente.

Talvez seja isso o que há em mim do amigo Pessoa (sim, Fernando Pessoa, eu gosto dos poemas dele, processem-me por ser croma) - uma incapacidade de ser livre, totalmente carefree, por estar esmagada debaixo de um enorme calhau de pensamentos e reflexões e preocupações e análises.

No entanto, consigo ser feliz. Em breves e fugazes momentos. E esses momentos são precisamente aquilo que adoça a vida. Seja o sorriso de alguém que amamos, seja um beijinho ou um toque, seja fazer crepes para o namorado. Seja comprar um verniz novo, pôr um perfume que cheire mesmo bem, maquilhar-me, seja sair de casa a sentir-me bonita. Seja ir à praia, apanhar sol, passear, andar de carro, abrir a persiana às seis da manha, cheirar uma noite de Verão. Seja beber chá, ou café, ou limonada, ou leite com café. Seja comer um mil-folhas ou até uma torrada - Cada uma destas pequenas e insignificantes coisas que por um momento, fazem valer a pena acordar todos os dias e viver, nelas está o segredo para ser feliz.


E se alguém vos parecer constantemente feliz... Interroguem-se se não têm à vossa frente pessoa mais triste de sempre - a felicidade também se encontra em ser verdadeiro connosco próprios. Digo eu, claro.



 
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Há dias em que sou uma vítima. Sou mesmo. Sinto-me uma completa vitíma. O que convenhamos, não tem nada a ver com a minha personalidade.

Mas vamos lá a ver: o que é que é, na verdade, uma 
VÍTIMA?

Segundo a Wikipédia:

O termo vítima vem do latim victimia e victus, vencido, dominado. No sentido originário, vítima era a pessoa ou animal sacrificado aos deuses no paganismo. Atualmente, a palavra vítima se estende por vários sentidos. No sentido geral, vítima é a pessoa que sofre os resultados infelizes dos próprios atos, dos de outrem ou do acaso. 


Reparem bem: próprios atos. Por isso sim, sou uma perfeita vítima. Porque se os outros ou o acaso me lixam, eu lixo-me a mim mesma 30x mais em cima disso. 
 

Digam-me, fazemos todos isto ou sou só eu com um especial gosto para a autodestruição?

 
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NOTE TO SELF: Subtilmente enviar para o e-mail do namorado da próxima vez que ele se armar em carapau de corrida.
Bem, estava eu muito bem a fazer tempo para a hora de jantar quando me deparo com uma ideia certamente intressante nos meus Stumbles:  formulários para cartas difíceis de escrever.

A ideia é muito simples, e sem dúvida, bastante engraçada (cuidado que a gracinha ainda ofende o destinatário) - coisas como cartas de amor, testamentos, propostas  de casamento, etc. em moldes pre-feitos. Basta preencher os espacinhos para personalizar um pouco a coisa e siga.

Perfeito para pessoas frias, pouco imaginativas e directas. Ou para gozar com a cara da pessoa. De qualquer modo, achei melhor partilhar - afinal, quem não ADOOOORA preencher espacinhos?

Para acederem a formulários para as mais variadas ocasiões visitem o The Bureau of Communication.

PS: Sorry, it's in English.

 
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O Verão chegou. Chegou, e finalmente cheguei ao fim de um 12º Ano que foi, sem dúvida, uma lástima. Num ano lectivo consegui apanhar mais seca do que nos 11 anteriores.

Tive tão poucas disciplinas que nem aulas à tarde tive: por um lado é óptimo, por outro é péssimo.

Fácil perceber porque é que é optimo: menos aulas, menos tempo na escola, mais tempo livre, menos trabalho...
Mas eu apercebi-me verdadeiramente ao longo deste ano do que é ter poucas aulas: ia só à escola assistir a algumas aulitas da treta, de vez em quando fazer uns testezitos de chacha para subir a média e tal, e lá ia eu para casa.
Porque é que isto é péssimo, então? Porque a vida deixa de estar contida naqueles metros quadrados do recinto escolar. A escola passa só a ser um sítio onde se vai cumprir um dever por umas curtas horas. 

E de repente, onde tinha amigos passei a ter meros colegas de trabalho e onde tinha colegas passei a ter quase-desconhecidos. Se antes costumava estar a par da vida social daquele sítio, agora passava tranquilamente ao lado dela - também não me interessava muito.

E aí esta o fulcral da questão: a falta de interesse. Porque foi isso o que marcou este meu ano. Uma GIGANTESCA falta de interesse por quase tudo.
Não me interessavam as aulas, não me interessavam as pessoas, nem o que diziam, nem o que pensavam de mim (espera... continuam a não me interessar muito, oh well!). Não me interessavam os meus antigos interesses, não me interessavam os meus hobbies, não me interessava nenhum livro, nem nenhuma série, nem nenhum filme. Vegetei.


E o blog, o mycrumbledcookie,também me deixou de interessar. Passei assim alguns meses.

Mas, a pouco e pouco, o interesse na vida começou a voltar... não voltou igual, direccionou-se noutras vertentes, e eu mudei. Penso que costumam chamar a isso crescer. O que aconteceu foi que se eu mudara, o resto do mundo não o fizera. E enfim, quem está mal muda-se.

Por isso cá estou eu, com sede de mudança. A verdade é que para o ano, mudança não me vai faltar.

Ah, por enquanto, um blog novo chega.